Gilson de Cássia Marques de Carvalho, ou Gilson Carvalho, cidadão brasileiro – como costumava assinar em seus textos, e-mails, cartas e artigos –, foi um dos idealizadores do Sistema Único de Saúde. Nasceu em 1946 em Aracaju (SE), mas cresceu em Campanha (MG), cidade que considerava sua terra natal, e residiu em São José dos Campos até a data de sua morte. Em sua trajetória na defesa do direito à saúde e à Cidadania, atuou como médico, gestor e militante da Reforma Sanitária Brasileira.

Graduou-se em Medicina pela Escola Federal de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e fez seu doutoramento em Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP). Tornou-se especialista em Pediatria e Administração Hospitalar, e era também uma das principais referências sobre o financiamento da saúde no Brasil. Exerceu medicina em Alfenas (MG), Jacareí e São José dos Campos, e atuou como Diretor Estadual da Vigilância Epidemiológica na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVale).


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Ao longo de sua incansável luta pelo SUS, defendeu a participação da comunidade na formulação de políticas públicas de saúde, com o fortalecimento dos conselhos e conferências, e, de 1983 a 1988, dedicou-se a apoiar os municípios na área de vigilância epidemiológica.

Integrou com grande protagonismo o Movimento Municipalista da Saúde desde a década de 1970. Foi Secretário Municipal de Saúde de São José dos Campos entre 1988 e 1992, Secretário Nacional de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde e de Controle e Avaliação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Foi, ainda, Secretário Executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), além de professor de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU).

Referência nacional em saúde pública, com 50 anos dedicados à saúde – 42 destes à saúde pública, especificamente desde 1969 –, Gilson Carvalho deixou um grande legado, tanto para os serviços de saúde como para a academia, em seus escritos da Domingueira da Saúde, escritos estes que encaminhava a mais de dez mil pessoas, contendo informações e seu ponto de vista a respeito do Sistema Único de Saúde. Tratava-se de uma coluna dominical que ele mantinha no site do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (IDISA), do qual foi fundador. Hoje, a Domingueira da Saúde é uma revista em sua homenagem, havendo sido não apenas seu fundador, mas seu editor por mais de 15 anos. Gilson escreveu ainda diversos livros, trazendo valiosas contribuições nas áreas de pesquisa e ensino.

Com esse legado, Gilson Carvalho construiu ao longo dos anos um considerável acervo documental que, como exemplo de sua generosidade e comprometimento com a continuidade da luta, doou pessoalmente ao Núcleo de Estudos de Saúde Pública (NESP/UnB), antes de seu falecimento em 3 de julho de 2014.

Não desistir, nem desanimar da luta. Tenho certeza de que se lutássemos só por nós, já teríamos desistido por desânimo, frouxidão e estafa física, mental e moral. O que nos mantém alertas, de pé e em estado permanente de luta é o peso de ter consciência de que lutamos por nós e, solidariamente, pelos muitos que ainda ou não sabem ou não podem lutar, desta e de gerações futuras.

Gilson de Carvalho (1946-2014)

MAIS DETALHES SOBRE GILSON CARVALHO

No acervo do médico foram encontrados 4 exemplares da Revista “Saúde em Debate”. Nossa equipe pediu autorização para disponibilizar os seguintes artigos:

  1. AROUCA, Sérgio. Saúde na Constituinte: a defesa da emenda popular. Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 20, abr. 1988, p. 39-46.
  2. CARVALHO, Gilson de Cássia Marques. A doença da saúde tem cura.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 35, jul. 1992, p. 31-32.
  3. O que fazer quando as necessidades são maiores que a capacidade de resposta.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 35, jul. 1992, p. 56-57.
  4. CARVALHO, Guido Ivan de. O poder público na área de saúde.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 35, jul. 1992, p. 11-14.
  5. JORGE, Eduardo. O partido dos trabalhadores e a saúde na Constituinte.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 20, abr. 1988, p. 49-53.
  6. RODRIGUEZ NETO, Eleutério. Reunião da ABRASCO em Cachoeira, Bahia.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 20, abr. 1988, p. 33-38.
  7. SANTOS, Lenir. A ilegalidade das normas baixadas pelo INAMPS de financiamento do SUS para 1991: contribuições para sua mudança.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 31, mar. 1991, p. 14-18.
  8. SANTOS, Nelson Rodrigues dos. A IX C.N.S, o SUS e “este” Estado.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 35, jul. 1992, p. 25-29.
  9. O SUDS, o SUS, os vetos e a sanção do projeto.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 30, dez. 1990, p. 5-7.
  10. Os repasses federais e a descentralização da gestão, controle e avaliação.  Saúde em debate: revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Londrina, n. 31, mar. 1991, p. 11-14.

O contato foi feito em janeiro de 2018.  Prontamente fomos informados de que:

“O Cebes autoriza  a disponibilização dos referidos artigos desde que citada a fonte com os créditos da revista. Saiba que a revista encontra-se digitalizada desde seu primeiro número em: http://www.docvirt.com/asp/saudeemdebate/default.asp

Portanto, deixamos aqui como sugestão de leitura!


Vídeo produzido pelos integrantes da equipe do Projeto Rádio Web Saúde em homenagem ao Sanitarista Gilson Carvalho.